O tema da vida é um dos mais complexos e instigantes do pensamento filosófico contemporâneo, merecendo vários enfoques e interpretações por parte de diferentes autores/as e abordagens. Desde a publicação de The phenomenon of life: toward a philosophical biology, o nome de Hans Jonas tem estado entre aqueles que propõem uma reinterpretação dessa questão, recusando o reducionismo da ciência moderna e formulando uma espécie de monismo, a partir do qual a vida pudesse ser interpretada de forma integral. Nessa perspectiva, o tema tem fomentado abordagens que tentam tanto descrever o fenômeno, quanto aproveitá-lo para ampliar os horizontes da pergunta, que passa a incluir novas perspectivas sobre o humanismo e o pós-humanismo, sobre as formas de vida extra-humanas (os animais não-humanos e, mais recentemente, com o vegetal turn, os vegetais) e mesmo com as perguntas sugeridas pelo horizonte das novas formas de “vida”, pensadas a partir do avanço tecnológico (híbridas, artificiais, ciborgues, digitais, geneticamente alteradas etc.). À filosofia cabe tanto a pergunta ontológica (sobre quais são essas formas de vida e como elas se relacionam com os seres humanos), quanto a pergunta ética (sobre o seu valor e o dever humano de preservar a sua integridade) e política (que consequências essas perspectivas carregam em termos de justiça social, desigualdades e acesso ao bem viver). Eis o horizonte de problemas que, a partir de diferentes perspectivas, os/as pesquisadores/as envolvidos nesse evento pretendem articular.