O XXII Congresso de Filosofia da PUCPR e o VII Encontro da Rede Nosotrxs visam, em termos gerais e abrangentes, refletir sobre o fenômeno contemporâneo da Inteligência Artificial sob uma perspectiva particular. Apesar de amplamente debatido, parece persistir uma lacuna intrínseca, um atrito essencial e um conflito subjacente entre os modelos estatísticos da Inteligência Artificial, frequentemente analisados sob perspectivas filosóficas e culturais, e o sujeito humano, que é alvo de medição e controle. Essa lacuna lógica entre os modelos estatísticos da IA e a sociedade tem sido frequentemente debatida e identificada como tendenciosa, especialmente no contexto do reconhecimento facial em relação às minorias e grupos excluídos.
A amplificação de discriminações relacionadas a gênero, raça e classe por algoritmos de IA representa, essencialmente, um aspecto de um problema mais amplo de discriminação e normalização, enraizado no núcleo lógico do aprendizado de máquina. Assim, é urgente interrogar o universo das IAs sob uma perspectiva de gênero, pensamento pós-colonial e sistemas de pensamento originários de nossa América.