I SIMPÓSIO INTERNACIONAL CISTERCIENSE DE JEQUITIBÁ

Processando...

1 APRESENTAÇÃO

No Medievo, o mosteiro constitui uma nova espécie de pólis: a mosteirópolis. Projetado sob a estreita observância à regra de São Bento, o edifício da Ordem de Cister — limpo e claro [do qual está banido o supérfluo] — desvela um sonho de perfeição moral, como os edifícios de Boullé. Trata-se de uma arquitetura ascética, como ascética era a moral beneditina. No século XII, tornou-se conhecida a polêmica conduzida pela Ordem de Cister — e Ordem Cartusiana — contra o luxo e emprego de meios figurativos das igrejas: seda, ouro, prata, vitrais coloridos, esculturas, pinturas, tapetes etc. foram rigorosamente banidos da arte pelo estatuto cisterciense. Bernardo de Claraval, Alexandre Neckman e Hugo de Fouilloy posicionaram-se contra as superfluidades [superfluitates] que desviam os fiéis da piedade e da concentração na prece. Não obstante, em todas as condenações a beleza e a graça dos ornamentos não são negadas; são combatidas, pelo reconhecimento de seu atrativo irresistível, inconciliável com as exigências do espaço litúrgico. Bernardo de Claraval não se opõe à ciência; repudia intelectuais que a buscam como fim último. Na pena do Doctor Mellifluus, o conhecimento só é pleno quando a pessoa [cognoscente] possui — além do conhecimento — a sabedoria, que surge do temor de Deus: da união, por meio do amor, àquele que é fonte de todo conhecimento. Pensa — e crê — que sem a sabedoria que vem do temor de Deus as pessoas podem ser eruditas, mas nunca sábias. Pedagogicamente, defende o elemento essencial da pedagogia monástica: o de que o princípio da fé supera a ciência.

2 OBJETIVO

Partindo da Abadia Nossa Senhora Mãe do Divino Pastor [Mosteiro Cisterciense de Jequitibá], promover a pesquisa, produção e difusão de saberes e fazeres em arquitetura, arte e educação da Ordem de Cister.

3 PÚBLICO-ALVO

Pessoas da comunidade; religiosos/as; pesquisadores/as [discentes, docentes e profissionais] de diferentes áreas do conhecimento.